Uma Jóia de estádio

Texto levemente adaptado da Revista Revide, Edição Especial A volta do Leão, de 1993.

Depois de jogar no pequeno estádio de Costa Coelho, os comercialinos se mudaram para o Jardim Paulista.

Com o ressurgimento do Comercial a partir de 1954 e a ascensão para a Divisão Especial em 1959, sagrando-se Campeão Paulista da Segunda Divisão, os comercialinos começavam a sonhar com o estádio próprio. Na gestão do Dr. Romero Barbosa, o presidente recebeu pelas mãos do Dr. Palma Travassos, um terreno no bairro Jardim Paulista, doado em outubro de 1961, quando o clube completava 50 anos. Um sonho começava a se transformar em realidade. Foi formada uma comissão para a construção do estádio, composta pelo presidente Júlio Costa, pelo vice Áureo Ferreira; o engenheiro de obras Oswaldo Terreri e o engenheiro civil Nildo Tarozo. Iniciava-se assim a batalha para a construção da jóia de cimento. Muitos trabalharam pela construção do Palma Travassos e outros duvidavam do sucesso do empreendimento.

Aos poucos, o estádio foi tomando forma, enquanto campanhas eram realizadas para angariar fundos a cada nova etapa de construção. A árdua tarefa de levantar recursos para a construção do campo próprio teve um capitão. Áureo Alves Ferreira não poupou esforços por amor ao "Leão do Norte". Na época, fiscal de renda do Estado, Áureo deixava os deveres do funcionalismo para se dedicar ao clube. Promoveu chás, vendeu camisetas e cadeiras cativas e conseguiu doações junto ao comércio. Em outubro de 1964, o Estádio do Comercial Futebol Clube, batizado de Dr. Francisco de Palma Travassos era inaugurado com um amistoso com o Santos. O primeiro gol marcado foi de Paulo Bim, centroavante comercialino. Pela equipe adversária os gols foram marcados por Pepe. O resultado foi de 3x2 para o clube da Vila Belmiro. O público pagante foi de 17.921 pessoas.

O estádio Dr. Palma Travassos, está entre os maiores do interior do Estado, tem acomodações para 25 mil pessoas, 12 cabines de rádio e televisão e quatro superiores para a imprensa, 89 camarotes e 4 mil cadeiras cativas. Três túneis dão acesso para o gramado: um destinado para o time da casa, outro para os visitantes e um para a arbitragem. O estádio tem água própria. No início das obras, um poço artesiano foi perfurado, que abastece todas as dependências do estádio. Nele estão também a sede social, a sala da presidência, departamento de futebol, profissional e amador, concentração, vestiários, contabilidade, seção de pessoal, tesouraria, central telefônica e ainda copa, almoxarifado, bares, restaurante, sanitários e uma capela de Santo Expedito, padroeiro do clube e que também abriga Nossa Senhora de Fátima, construída por "seo" Áureo com a ajuda de João Pessoa, o roupeiro da época.

O estádio do Comercial abriga também na área interna e externa, vários departamentos que formam um complexo administrativo e esportivo de apoio aos jogadores. Na parte inferior, funcionam a sala de imprensa, sete bares, três banheiros masculinos, dois femininos e o vestiário da arbitragem, que esteve durante 27 anos, sob os cuidados de Antonio Carlos Correia Leite. Trabalhando voluntariamente pelo clube desde 1954, Toninho, como é conhecido, também ajudou a engraxar e ensebar bolas. Contratado pelo Comercial, Toninho assumiu a administração do estádio coordenando os trabalhos de limpeza e manutenção. Na limpeza, cinco funcionários cuidam dos diversos departamentos. O vestiário do Comercial tem uma sauna, 10 banheiras térmicas, cinco chuveiros, armários individuais e um departamento médico. Nele ainda está incluído a fisioterapia, aparelhada para o desenvolvimento muscular dos atletas, e o departamento técnico. O vestiário dos visitantes, dividido em duas alas, tem capacidade para abrigar jogadores profissionais e amadores. Dentro do próprio vestiário, existe uma área coberta que permite o aquecimento dos atletas.

Manoelina Ferreira Vaz e Juraci da Silva Vaz lavam e passam os uniformes dos jogadores comercialinos há 20 anos. Elas são responsáveis pela lavanderia do Comercial, equipada com uma máquina industrial e duas comuns. Lavam cerca de 300Kg de roupa trabalhando 8hs por dia. Na ala superior, ao lado dos camarotes da imprensa e dos torcedores existem mais dois bares, dois sanitários masculinos e dois femininos. O refeitório, dispõe de um serviço à la carte que além de atender aos funcionários e jogadores do Comercial também fica aberto a população. Na ala externa do estádio, 12 lojas alugadas ocupam segmentos diversos do comércio: oficinas mecânicas, padaria, lavanderia, etc.

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